segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Ensaio sobre a Depressão

Começo este texto sem saber exatamente em que momento ele se inicia. Desculpe caro leitor, por falhar com este início, porém não é motivo para um repentino desanimo! A rapidez de meus pensamentos polvorosos se contradiz com a preguiça e o cansaço corporal que beiram a exaustão.
Mal consigo me levantar da cama ou comer, a depressão novamente toma conta de mim, brigando com a ansiedade para saber quem irá me dominar esta noite, porém ainda consigo, mesmo que entre lágrimas bater os dedos no meu teclado.
Por um momento me olho no espelho, observo meu reflexo com um certo estranhamento e continuo encarando aquele ser no espelho ainda surpresa, minha mente nunca descansa, está sempre em um mar de pensamentos confusos misturando realidade com ilusão. Repentinamente sinto uma vontade de gritar bem alto, até que meu grito de desespero abafe as vozes de pensamentos que tanto me atormentam, mas não posso gritar, estou cercada por medos e suposições de um futuro cruel que eu nem sei dizer se realmente existe. A comum sensação de estar sozinha neste mundo me invade, e as lágrimas caem com mais força, eu deveria desaparecer.
A exaustão e a tristeza percorrem meus ossos e músculos, muitos diriam que não tenho motivos para estar cansada ou triste, e talvez, em um mundo normal, eles estejam certos, mas vejam bem, no mundo onde vivo, eu não sou obrigada à explicar coisas que nem sequer eu entendo bem, eu não devo aceitar que disse o que não disse, e nem concordar que fiz o que nunca fiz. Minha mente é acelerada, a mania de ser perfeita para todos faz com que eu seja imperfeita para mim mesma, tudo escorre por entre meus dedos, me perco de tudo, e a ausência de pessoas que amo e a minha própria ausência me desesperam.
Estou exausta, quero por um fim em tudo, mas sequer sei por fim à este texto! Não tem mais sentido, nada nunca teve sentido.
Um pequeno inseto aparece voando e pousa no documento aberto em meu computador, isso me incomoda, mas minha ingênua gentileza me impede de assassiná-lo. Talvez eu devesse experimentar a maldade de vez em quando por querer... Já é de manhã e ainda não dormi, mais uma noite em claro perdida em pensamentos que me atormentam. Depois de sangrar um pouco mais, me deito, já passou da hora de trabalhar, talvez seja melhor eu desperdiçar meu dia em casa novamente, com este pensamento desligo o computador e apago a luz do meu quarto, queria companhia, mas estou novamente sozinha enquanto todos vivem suas vidas lá fora, espero finalmente cair nos braços morte em um sono eterno, suplico para que isso aconteça logo e toda a dor e sofrimento desapareça em meu descanso merecido.