quarta-feira, 1 de abril de 2020

Manhã Tenebrosa!

Mais um dia começou, finalmente era sexta-feira, acordei normalmente naquele dia, fiz minhas atividades matinais de manhã como de rotina, e logo após me arrumar saí para mais um dia de trabalho.
Porém, logo que saí na rua notei um clima diferente no ar, a neblina densa me cegava, nem parecia uma manhã, estava mais para uma noite densa e macabra de halloween, mas estávamos em Dezembro, sendo assim, a data das Bruxas já havia passado. Porém eu sabia que tinha algo estranho no ar, aquela neblina e o céu nublado, juntamente com alguns sons como gatos miando e o vento fazendo um chiado tenebroso me amedrontavam.
Peguei meu celular à fim de por alguma música para ir ouvindo em meus fones e tentar dissipar o medo que aquele cenário sinistro me causava, sem querer olhei a data em meu celular “Sexta-Feira, 13 de dezembro”. Arregalei meus olhos, o medo tomando conta de todo o meu ser, céus, era Sexta-Feira 13, como eu poderia sobreviver à essa data tão macabra cheia de azar? Desisti da música, eu deveria estar atenta, a energia dessa data horrível que conspirava para que algo muito ruim acontecesse hoje, afinal era sempre assim, sempre alguém sofria um acidente grave, morria, e tantas outras tragédias na sexta-feira 13, essa data era uma sina!
Eu tinha a sensação de estar sendo seguida naquela rua deserta, céus, eu estava sozinha, e essa sensação aumentava cada vez mais, eu tinha certeza que seria morta nessa madrugada, cheia de neblina, por algum assassino em série com uma serra elétrica! Por um momento, até pensei ter ouvido o barulho horripilante da serra elétrica!
Comecei a apertar o meu passo, estava quase correndo, eu queria olhar para trás, ver a quantos metros a coisa estranha que me seguia estava de mim, calcular quanto tempo tinha até minha lenta e dolorosa morte ensanguentada, mas não conseguia olhar, talvez fosse melhor, talvez se eu não visse, eu morreria mais rápido, no primeiro corte da serra talvez, e assim, eu nem sentiria a tortura que me esperava. Comecei a correr e logo caí na rua, nessa hora o desespero tomou conta de mim, gritei, um grito que até eu me assustei com ele, pedia incansavelmente por socorro, rezando para alguém acordar e me ajudar a escapar daquele pesadelo tão real, vi um senhor passar por mim e disfarçar o riso, céus, eu estava à beira da morte e ele ria? A falta de amor da humanidade me surpreendia.
Não sei como, mas consegui me levantar, continuando a correr e gritar pelas ruas que havia um fantasma atrás de mim, os miados tenebrosos daquele gato não ajudavam em nada, e se fosse uma bruxa atrás de meu sangue para ela se banhar? Bruxas normalmente eram acompanhadas por gatos pretos não é?
Finalmente cheguei ao trabalho, eu estava ofegante, percebi alguns colegas e meu chefe me olhando assustados, apoiei-me em meus joelhos para tomar folego e explicar que havia algo me perseguindo lá fora e notei que meus tênis estavam desamarrados me fazendo franzir a testa confusamente...
- Saiu atrasada de novo não foi? Até esqueceu de amarrar os tênis! – Um colega zombou me fazendo dar um sorriso envergonhado, mas logo o sorriso se dissipou de minha face.
- Tinha algo me seguindo pelo caminho todo! – Eu finalmente disse, no mesmo tempo que o miado tenebroso do gato soava, anunciando que aquele assassino sem coração estava por perto.
Logo um gatinho preto entrou pela porta indo direto para o colo de uma outra colega:
- Não acredito que você veio atrás da mamãe! – Ela disse pegando o gato no colo.
- Parece que o Scott não vive mesmo sem você! – Meu chefe disse para essa garota a fazendo rir enquanto acariciava seu gato de estimação, me fazendo perceber como eu tinha sido tola.
A única coisa que estava me seguindo era meu medo, o mesmo medo que não me deixou pensar que a sexta-feira 13 era apenas mais uma data como qualquer outra, mas a culpa não era minha, a culpa não era da data, era apenas mais uma superstição que deixava a magia viva no mundo, uma magia que era legal sentir de alguma forma, mas ao que parecia, pelo ralado em meu joelho, toda a magia tinha um preço.

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