quarta-feira, 1 de abril de 2020

Texto X Poesia

Ela gostava de contos, ele amava poesia, então, talvez por brincadeira do destino, um dia aleatório resolveram juntar as estrofes com os parágrafos, as rimas com as sentenças, e então nasceu algo à mais... 
Ela era como um romance longo, com sua melancolia e pessimismo, típicos que só um escritor entende, ele era como um soneto reconfortante em dias conturbados, daqueles que apenas as rimas nos fazem deixar de ser solitários... 
Então, em uma noite qualquer, no meio de uma conversa, onde nenhum dos dois tinham caderno e lápis para tomarem nota, as inspirações começaram a fluir, o desejo de ambos estava a flor da pele, ela, apesar do receio, queria se entregar, o anseio dele, era tomar nota de suas rimas mais perfeitas no corpo feminino à sua frente... 
Entre carícias e beijos delicados, entre mordidas indolores e suspiros abafados, eles se entregaram à um sentimento onde se misturavam os contrários, a alma dela levitava a cada nova sensação que ele a proporcionava, enquanto ele sorria adorando escrever suas rimas por aquele corpo... Era a criação de uma verdadeira obra de arte, ele era o poeta que transformava ela em poesia, era um turbilhão de instintos, consumindo duas almas e dois corações famintos, era um turbilhão de emoções e sentimentos devastador...
 Mas, mais cedo do que imaginavam, a noite chegou ao fim, e as estrelas e a lua infelizmente não seriam mais capazes de testemunhar a concepção do poema mais belo que já fora criado na humanidade... Ah o dia, o sol tinha que aparecer, infelizmente com a luz do sol, apenas um raio de lembrança se fez presente nas duas mentes... Mas é claro, um deixou sua assinatura no outro, em formas de marcas, marcas permanentes, que nenhuma borracha temporal será capaz de apagar...

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